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14.09.16 | TRAC Comunicação

Coluna do Xermi

A MECÂNICA DO EQUILÍBRIO

O campeonato do Clube de Pais do Colégio Marista Paranaense sempre foi marcado pelo equilíbrio entre as equipes. Poucos foram os anos em que vimos um time ser saco de pancadas ou outro ser muito superior aos demais. Na maioria das vezes os jogos possuem os favoritos, mas no geral a competição é acirrada até o final. No ano passado tivemos um exemplo clássico disso, quando o New York City brigou pela classificação até a última rodada do primeiro turno, terminou em oitavo lugar com a última vaga e acabou sagrando-se campeão, derrubando favoritos como o Los Angeles Galaxy e o Columbus Crew.

Mas esse equilíbrio não acontece por acaso. Ele só é possível graças à organização da diretoria e conselheiros, que vem estudando ao passar dos anos a melhor forma disso acontecer. O fator preponderante para a manutenção do nível das equipes anualmente é o draft, onde os capitães escolhem seus times. Sei que algumas pessoas não conhecem o processo, então vou apresenta-lo desde o início, nessa coluna.

PELADAS NO INÍCIO DO ANO

As peladas que ocorrem no início do ano são de vital importância para o equilíbrio do campeonato. Isso porque nelas é que diretoria, conselheiros e capitães fazem as avaliações dos novos entrantes no campeonato, para poder encaixar nos kits certo durante a divisão dos mesmo.

MONTAGEM DOS KITS

Após a escolha de quem serão os 12 capitães e da realização das peladas, parte da diretoria e conselheiros reúnem-se para definir os 17 grupos de escolha. Isso é feito normalmente em uma terça-feira, 4 a 5 dias antes da escolha. Os 4 primeiros grupos estão em ordem de posição e habilidade, e neles a diretoria tenta colocar os 48 melhores jogadores do campeonato, normalmente baseado na performance dos atletas no ano anterior, mas sem esquecer o seu histórico e idade. O grupo 1 contém os atletas com melhor nível técnico e físico, seguido pelos grupos 2, 3 e 4.

Feito isso, são definidos os outros grupos, mas aí eles estão em ordem aleatória, sem seguir uma ordem. E é aí que a coisa fica difícil, pois temos atletas muito parecidos tecnicamente, mas às vezes em idade ou posição diferentes. O que se tenta fazer é montar grupos de forma com que eles fiquem o mais equilibrado possível, tentando manter pessoas de mesma idade, físico e técnica, no mesmo grupo. É uma tarefa árdua, que leva tempo e gera muito pano pra manga!

SORTEIO DAS LETRAS

Normalmente no dia seguinte à montagem dos kits, é feito o sorteio das letras. Mas o que é isso? É um método utilizado pra que os times saiam equilibrados, visto que se um time escolher sempre por primeiro, ele vai levar vantagem considerável em relação à um time que escolhe sempre por último. São feitos 2 sorteios: o primeiro define a letra de escolha dos grupos 1 a 4. O segundo, dos grupos 5 a 17. Na imagem abaixo, que mostra os kits desse ano, fica mais fácil de visualizar isso: o capitão que escolhe por primeiro no grupo 1, escolhe por último no grupo 2, e no meio nos grupos 3 e 4. É importante lembrar que no grupo em que o capitão está inserido, ele seleciona ninguém, visto que a escolha é ele mesmo.

Kits 2016

A ESCOLHA

Um dos dias mais importantes do calendário do Clube de Pais, e o mais legal, na minha opinião, é o dia da escolha dos times, onde os capitães participam de um draft e fazem a seleção dos atletas. Alguns vão pela habilidade, outros pela amizade, mas com os kits montados, o campeonato sai equilibrado de qualquer forma. Aqui é que entra a inteligência dos capitães, que buscam encontrar atletas em grupos teoricamente mais desvalorizados, ou atletas que tiveram rendimento abaixo do normal no ano anterior, mas que tem tudo pra reencontrar o bom futebol ou despontar no ano vigente. Existem também negociações entre os capitães, no estilo “deixa eu escolher tal, que eu deixo você escolher tal”! Faz parte do espetáculo. No final do evento, o campeonato está montado e prestes a começar!!!

NEM SEMPRE FOI ASSIM…

A montagem dos kits nem sempre foi do jeito que é hoje. Várias formas já foram testadas. Antes do formato atual, vigente desde de 2013, os kits eram formados por 2 ou 3 atletas juntos. Ou seja, o capitão já escolhia um pacotão de jogadores, como você pode ver na imagem abaixo, que mostra os kits de 2012, ano em que a Champions League foi disputada no Clube de Pais. Nesse ano ainda se adotava o sistema de piás, em que apenas 3 atletas considerados jovens podiam atuar ao mesmo tempo.
Kits 2012

OS MAIORES “STEALS” DOS ÚLTIMOS ANOS

Considero um steal quando um atleta é selecionado em um grupo abaixo e joga como se fosse um kit. O principal ocorrido nos últimos anos foi na Copa do Mundo de 2014, quando Marcinho Miksza, em seu primeiro ano jogando no colégio, estava no grupo 17. Eles marcou diversos gols pela temida Itália e no ano seguinte foi direto para o grupo 1. Outro que mostrou grande valor em 2014 foi o atacante Matheus Singer. Ele estava no grupo 14, mas superou as expectativas e foi um dos destaques do vice-campeão Uruguai. Hoje ele está no grupo 2 e diria que com tendências de subir. Ainda em 2014, o “pai novo” Ricardo Meister, no grupo 9, acabou sendo eleito um dos laterais na seleção do campeonato e pulou agora para o grupo 17. Outros nomes que subiram bem de grupo foram Guilherme Oliveira e Badu, que estavam em 2014 no grupo 10 e hoje estão no grupo 4.

Em 2015, também tivemos boas escolhas. O capitão Walt da Holanda arriscou ao escolher o novo atleta Nicolau, no grupo 5. Ele fez um campeonato muito bom e hoje está no grupo 15. Jorginho, atacante do Crew, também foi uma escolha de grande valor. Selecionado no grupo 17, teve atuação destacada e em 2016 subiu para o grupo 4.

Em 2013, no Campeonato Carioca, os maiores valores escolha estavam no grupo 14. Diogo, que atuou pelo vice-campeão Boa Vista, fez um excelente campeonato. Hoje ele é grupo 3. O mesmo ocorreu com Pucci, que comandou a cabeça de área do campeão Olaria. Do 14 pulou para o 3. Jogando pelo São Cristóvão, o meia Belon era um dos 3 meio-campistas do seu time. Na companhia de Junior Polaco e Danilo Favarim, ele só não fez chover e subiu do grupo 15 para o grupo 2.

E QUEM DEVE SUBIR DE GRUPO EM 2017?

Pergunta boa, mas já tenho alguns palpites. Como eu disse acima, o atacante Matheus Singer tem boas chances de ir pro grupo 1, pelos últimos campeonatos que vem fazendo. Mais algumas apostas: André Gaudêncio, zagueiro do Olympique, que vem fazendo um ótimo campeonato. Diego Maziel, volante do Angers, tem grandes chances de ir para os grupos 3 ou 4, assim como o volante Ivo, do Monaco e o meia Matheus Bonetto, também do Angers. Todos tem jogado muito e tem sido importantíssimos para os seus times.

Caso tenham alguma dúvida sobre o modelo de escolha ou sugestão de melhora, coloquem nos comentários!

Valeu!

Xermi.

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