Aos 70 anos, o zagueiro Doriva aposentou as chuteiras em meados de 2018. Foram 26 anos de Clube de Pais. Em todo esse tempo, conquistou apenas dois títulos, sendo que um foi com a camisa do seu time do coração: o Palmeiras. Foi capitão por seis anos seguidos, tendo sido vice-campeão com a braçadeira. Doriva é natural de Guarulhos e, mesmo aposentado dos gramados, vai todos os fins de semana ao Clube de Pais ver os amigos. Neste ano, em especial, vai torcer por seu time, já que é um dos homenageados nesses 40 anos de Clube de Pais.
Sua entrada no grupo foi em 1992. “Fui assistir a um jogo de meu filho caçula, o Zinho, e me interessei pelo racha que estava sendo feito no campo 1. Tinha muita vontade de voltar a jogar, pois jogava antes nos campeonatos amadores em São Paulo. Minha esposa, que levava o meu filho para o futsal, foi quem me inscreveu para as peladas”, relembrou.
O início foi o melhor possível e ele faz questão de lembrar alguns nomes. “Eu me senti integrado ao grupo desde o primeiro dia. Na época jogavam somente os pais, fui muito bem acolhido por Jorge Welter, Tadeu, Bruno, Betão, Hayashi, Maranhão, professor Scremin, doutor Falavinha (com quem fazia uma dupla de zaga respeitável, Trovão, Filemon e também um velho jovem e craque, o Ney, entre outros tantos. E logo após, vieram jovens espetaculares como MM, Junior, Pisca, Átila, Gregório, Estefano, Xavier e muitos outros”, afirmou Doriva.
Na diretoria, sempre foi conselheiro e atualmente colabora também como patrocinador. Nesses 40 anos viu diversas mudanças, cada qual com a sua devida importância. Mas considera duas como mais significativas para a mudança de patamar do Clube de Pais. “Tivemos várias evoluções. A formação de diretorias envolvidas e sólidas, a inserção de jovens alunos e ex-alunos no grupo, rigor e ênfase no estatuto e disciplina, captação de patrocinadores, eventos agradáveis e bem organizados e por aí vai. Todas as mudanças são importantes. Mas o que fez a competição mudar foi a colocação dos jovens no campeonato e a melhoria das condições do campeonato aconteceu graças aos patrocinadores”, avaliou Doriva.
Doriva relembrou um momento marcante no Clube de Pais. “Tive muitos bons momentos. Penso que o mais marcante foi o time que fui capitão e fui considerado o melhor veterano na fina, nos Estados Unidos. Neste ano, também fui considerado o melhor da posição, zagueiro, e fiz parte da seleção do campeonato de veteranos”, comentou sobre quando foi capitão e vice-campeão.
Para ele, o Clube de Pais é muito mais que um campeonato. “O CP significa muito para mim, desde que comecei a participar. Ao conviver e colaborar no mesmo, pude novamente praticar um esporte coletivo e fazer novas amizades, algumas para toda vida. Neste grupo, pude jogar com meu filho e tive a oportunidade de conviver com jovens diferenciados, alguns, amigos de meus filhos. Ressalto que a cada final de semana que joguei e que agora participo como espectador, conselheiro e plantonista, sou recompensado com doses de rejuvenescimento. Sou privilegiado em poder desfrutar de tanta consideração”, contou Doriva, que aproveitou para falar da emoção de ter sido homenageado. “O ambiente do Clube de Pais é único e inigualável e como prêmio maior, ainda fui homenageado neste campeonato. Sinto uma grande gratidão por ser acolhido pelo grupo. A minha imagem projetada na tela, bem como as palavras do apresentador, me emocionaram fortemente. Tive que conter as lágrimas. Foi uma inesperada e maravilhosa surpresa que estará para sempre em minha memória”, destacou Doriva.
Academia, o nome escolhido para a equipe, tem fácil explicação. “O nome Academia se refere ao apelido de um time do Palmeiras do passado altamente qualificado e vencedor, décadas 60 e 70. Era uma verdadeira aula de futebol assistir aos jogos do Alviverde. Representou a Seleção Brasileira em 1965 jogando contra o Uruguai e ganhou de 3 a 0. É o time do meu coração! E também de meus filhos! E também de avós e tios originários de imigrantes italianos”, explicou o palmeirense fanático.