O craque da oitava rodada do Caipirão Paulista 2017 não joga por nenhum dos times que saíram vencedores na rodada. Tampouco marcou gols no último final de semana de disputa no campeonato do Clube de Pais do Colégio Marista Paranaense. Em um jogaço contra o Mogi Mirim, o goleiro do Botafogo não conseguiu evitar a virada no placar e a derrota por 4 a 3, mas se destacou com grandes defesas e pela esportividade.
Com campo molhado, a vida dos goleiros não foi fácil no CT Barcelos (Geraldinho). Principalmente para Everton, que encarou um dos melhores ataques do Caipirão. E além de ter evitado vários gols do Mogi, ele ainda ganhou a admiração de todos por ter admitido um toque na bola, em um lance em que o juiz havia marcado tiro de meta para sua equipe.
Pela grande atuação e pelo fair play, Everton ficou com o prêmio de Craque da Rodada e faturou um prêmio especial da Guiolla Hamburgueria Gourmet. Ele superou Luciano e Pisca, do União São João; Leleco, do Mogi Mirim, e Xavier, da Ponte Preta, que também foram indicados.
Foi um grande jogo entre Botafogo e Mogi Mirim. Mesmo com a derrota do seu time e quatro gols sofridos, você foi escolhido o craque da rodada. Qual é o sentimento ao receber esse prêmio?
É difícil descrever… É uma mistura de incredulidade pelo fato de termos perdido o jogo e eu ter tomado quatro gols, mas ao mesmo tempo é uma sensação de reconhecimento pela boa partida que fizemos. Sempre converso com Deus antes dos jogos e, nesse, eu senti que seria diferente… Seria especial por algum motivo. Estávamos com vários desfalques, principalmente defensivos, e isso ganhou peso no final da partida, quando tomamos a virada. O time deles pressionou o jogo todo e me obrigou a trabalhar bastante. Fico triste com a derrota, pois acredito que o empate talvez fosse o mais justo.
Fale um pouco sobre sua atuação. Quais foram as defesas mais difíceis?
Pode parecer que não, mas as defesas mais difíceis foram aquelas que o chute vinha de longe, deslizando pelo gramado molhado, e eu tinha a obrigação de não dar rebote, pois os atacantes deles estavam esperando por essa chance. Fiz uma defesa de uma falta bem cobrada que deu na trave, a cabeçada do Murilo que infelizmente se machucou no lance, uma defesa no último segundo de jogo em que a bola tocou a trave e saiu e a mais difícil delas foi em um chute de fora da área que foi no meu contra-pé… Essa é a defesa que vou guardar na memória.
Você foi muito elogiado por todos no clube pelo fair play, ao reconhecer um toque na bola quando o árbitro havia marcado tiro de meta. Como foi o lance?
Foi uma bola lançada dentro da área. Eu fui afastar a bola chutando pra longe, mas acabei acertando mais o ar do que a bola. Tive a felicidade de tocar com a ponta da chuteira na bola e evitar que ela sobrasse limpa para o atacante deles. Como o lance foi muito rápido, o árbitro acabou não vendo que desviei a bola. Aprendi com meu pai desde pequeno que o caráter e a decência de um homem se conhece pelas suas atitudes e não pelo seu discurso. Naquele momento, fiz o que Deus esperaria que eu fizesse, fiz o que meu pai (Sr. Miguel Novakowski, pedreiro dos bons) me ensinou a fazer e fiz o que eu gostaria que fizessem por mim um dia. Não é discurso político, mas penso que, se mudarmos nossas atitudes nesses pequenos gestos, podemos mudar grandes coisas neste país. Já pensou como seriam os jogos de futebol profissional se todos os jogadores se comportassem dessa maneira?
Como tem sido jogar pelo Botafogo? Qual tem sido o ponto forte do time e o que precisa melhorar?
Jogar pelo Botafogo tem sido uma experiência muito boa. É um time forte, com atletas que eu sempre respeitei e admirei quando éramos adversários. O nosso ponto forte é o elenco mesmo… Jogadores experientes e alguns mais novos têm equilibrado bem o conjunto e as trocas. Precisamos melhorar o pré-jogo. Chegar com antecedência para as partidas, aquecer bem antes dos jogos e já entrar em campo comprometidos e ligados em tudo. Jogar pelo Clube de Pais pelo terceiro ano consecutivo é o melhor de tudo isso. Passei pelo Galaxy, Nantes e agora Botafogo. Tive altos e baixos nas três edições que disputei e o mais importante é que em todas elas fiz grandes amigos, independentemente do resultado conquistado dentro das quatro linhas. Esse é o sentimento que deve prevalecer sempre! A união e a amizade.
