Aos 64 anos, Tadeu Socher parou de desfilar seu futebol nos campos do colégio. Isso aconteceu há quatro anos. Um dos ícones da história do Clube de Pais, foi o jogador que mais conquistou títulos. Ficou muito conhecido pelo bom humor e pela batida na bola. “Eu jogava de meia direita. Tinha o chute forte e corria bastante, mas brigavam muito comigo porque eu não marcava ninguém”, brincou Tadeu.
Ele contou como foi o início. “Antes de tudo, eu já conhecia o Colégio, pois tinha estudado no Marista. Entrei em 1964 e sai em 1970. No Clube de Pais, entrei em 1990. O meu irmão, Bruno, já jogava, mas eu não podia porque não tinha filho com idade escolar. Quando o Vinicius completou idade, eu entrei no futebol. Coloquei, com muito sacrifício, para poder jogar”, confessou Tadeu.
Teve uma participação bastante ativa no Clube de Pais. “No início, fui tesoureiro. Mas era tudo muito simples, era por meio de uma caderneta. Muitos nem pagavam. Não tinha muita despesa. No primeiro campeonato já fui capitão e campeão. Também cuidei da parte de manutenção do campo e vestiários”, relembrou, acrescentando que foi cinco vezes capitão.
Logo no começo da organização dos campeonatos, sagrou-se tricampeão. Ficou com a fama de amuleto pela quantidade de títulos conquistados. De acordo com os atletas, o time que o escolhia já tinha mais chances de erguer o troféu. “Foram perto de dez títulos, incluindo com o futebol suíço que era realizado no campo três”, afirmou o papa títulos.
Mas suas histórias com os pais que jogavam no Clube vão além dos campos do colégio. “Tínhamos uma seleção de pais que disputavam alguns amistosos no domingo pela manhã. Uma lembrança muito boa foi um quadrangular que nós disputamos em dois turnos. Os times eram: Colégio Medianeira, Colorado, Malutron e nós. Fomos campeões e a final foi no Durival Britto à noite. Vencemos por 1 a 0 com um gol meu de fora da área, no ângulo”, relembrou Tadeu.
Jogar com seus filhos está entre as boas memórias do Clube de Pais. “Joguei com os meus dois filhos. Foi muito especial. Com o Vine fui campeão as duas vezes que jogamos juntos: no Fortaleza e no Internacional (na Liga Retrô). E com o Bruno foi na MLS, no Crew”, destacou. Do Fortaleza, ele lembra do ataque implacável. “Era um trio de ataque muito forte. Era o destaque do Fortaleza. Vine, Márcio Matador e eu fizemos juntos 54 gols no ano. Eu fiz só um”, brincou.
E, para quem não sabe o motivo do nome do time que homenageia Tadeu, ele contou a origem do apelido. “Na churrasqueira da minha casa coloquei uma placa escrito ‘Recanto do Guerreiro’. Aí, quando cuidamos da cantina do Clube de Pais, o Vinicius e o Bruno fizeram um cartaz com minha foto escrita Cantina do Guerreiro. Pegou o apelido e trouxeram para homenagem”, contou.
Para Tadeu, foi uma honra ser um dos 14 homenageados. “Existem muitos a serem homenageados. Nunca, jamais esperava ser um deles. Achei muito emocionante. Por outro lado, fazia poucos dias da minha segunda cirurgia e eu falei em casa que eu não queria ir na festa, mas os guris e a Janete (esposa) insistiram muito. Aí eu achei que deveria ter alguma novidade. Gostei demais”, concluiu Tadeu.