Ele é natural de Londrina, fará 60 anos em agosto, possui uma canhota que bate como poucos na bola, desfila seu futebol não só nos campos do Marista, mas também na suburbana de Curitiba. Essa é uma descrição sucinta de Oscar Tavares da Mota Filho, o Oscarzinho. Figura presente aos fins de semana no Clube de Pais, sempre aprecia o futebol sentado na curva. De família grande, sua mãe teve sete filhos, veio para Curitiba em 1970 para estudar em um colégio público da cidade.
E foi nessa época que seu elo com o Marista começou a nascer. “Não me recordo se cheguei ao Clube de Pais em 1994 ou 1995, mas meu vínculo com o campo é desde 1972, quando fazíamos uma seleção do bairro para jogar contra os internos do Colégio Marista Paranaense. Uma vez a cada dois meses, mais ou menos, eles liberavam para jogar contra”, relembrou Oscar.
Ao longo de tantos anos, foram vários momentos dentro de campo que marcaram. “A maior emoção, sem dúvidas, é ser campeão. Mas um momento marcante foi no ano passado, em que em uma das rodadas fui eleito o ‘craque da rodada’. Isso em um universo de atletas como é o Clube de Pais é gratificante e emocionante”, destacou.
Também não faltam histórias para contar. “Já fiz um gol que não lembro. Ano passado tive um choque e bati a cabeça. Estava bem e continuei no jogo. Marquei o gol da minha equipe e, logo em seguida, saí da partida. Mas eu não lembro de ter batido o pênalti. Apagou minha memória durante um período”, afirmou com bom humor.
No extra-campo, Oscarzinho nunca fez parte da diretoria, mas foi capitão algumas vezes. Ele diz que montou o melhor time que pisou no colégio, a Itália de 2010, que ficou em segundo lugar no campeonato.
Oscarzinho teve outra participação importante na história do Clube de Pais. Ele doou os tijolos para a construção de nossa sede. “O clube sempre teve ótimos presidentes e diretores. Na gestão do Betão, eu, na época, recebi uma comissão imobiliária. Como o clube estava com a ideia de construir a nossa sede, eu falei com o presidente que eu daria todos os tijolos. E, graças a Deus, ela foi erguida e hoje podemos nos reunir em um local mais adequado”, contou Oscar.
Sobre a homenagem, ele disse que foi inesperada. “Não imaginava nem em pensamento. Foi uma surpresa emocionante e indescritível. Receber em vida uma homenagem de tal grandeza, tendo o meu nome dado a uma equipe deste grandioso campeonato, ver que o colégio que escolhi pra ensinar meus filhos a serem as pessoas que são hoje (homem e mulher de bem) e que tem uma instituição que se chama Clube de Pais te homenageando, isso é fantástico”, comentou.
Para ele, não poderia ser mais perfeito o nome da equipe. “Quanto ao Canhotinhas, foi uma homenagem dentro de outra homenagem. Afinal, só tenho a esquerda. A direita, como dizem os boleiros, só para subir no ônibus, né!”, concluiu, em tom de brincadeira, o craque Oscar.