Maranhão: uma família dentro da família Clube de Pais

Edigardo Maranhão tem 35 anos de Clube de Pais. O ano de 2018 foi seu último atuando dentro de campo. Foi sua despedida dos gramados, mas o legado de seu nome continuará. Conhecido por sua simpatia e suas boas histórias, Maranhão tem a família perto. São dois filhos atuando e mais dois genros, além de um sobrinho e, como ele mesmo diz, alguns filhos postiços que ele adotou pelo caminho. Alguém que fez questão de, literalmente, fazer do Clube de Pais sua família ou quem sabe até mesmo o contrário, fazer da sua família o Clube de Pais.

Não é à toa que a equipe que o homenageia recebeu o nome de Afilhados. “Meus afilhados serão sempre meus afilhados. Vou guardar isso eternamente no meu coração. Este ano decidi não mais participar, mas tenho muita honra de ter meu nome vinculado a um time. Me emociono de fazer parte disso”, destacou Maranhão.

Ele relembrou a emoção do dia que descobriu a homenagem nos 40 anos do Clube de Pais. “Eu não sabia e não tinha nem ideia do que poderia ser feito pela diretoria. Quando fui até a abertura do campeonato e vi essa homenagem, a emoção foi grande e além da conta. Foi uma das homenagens da minha vida ou quem sabe até a única, que fiquei muito emocionado e orgulhoso. E fiquei muito feliz pelo capitão que está à frente desse time, que escolheu com muito carinho”, afirmou.
Sua história no Clube de Pais começou em 1984, ano que participou de sua primeira pelada no colégio, em virtude da matrícula de seu filho na escola. “Na época não tinha um campeonato fixo, eram amistosos. Você colocava seu nome em um quadro que ficava na parede da porta do bar que era dirigido pelo Mario. As inscrições começavam às 13 horas. Lembro que era importante chegar cedo para jogar a primeira pelada, pois era a única com 45 minutos para cada lado. As demais só saiam se tivesse quórum”, comentou.

Além do futebol, a integração entre pais se estendia dentro do colégio. “Na época só jogavam os pais dos alunos e alguns professores. Mas era uma maravilha jogar. As medidas do campo eram maiores também. E, além disso, depois dos jogos tinha sempre um truco no bar do Mario em que o pessoal ficava batendo papo, contando história. Mas eram outros tempos”.

Uma de suas maiores alegrias foi a quantidade de amigos que fez ao longo desses anos. “Tenho uma honra de ter participado por tantos anos e de ter feito tantos amigos. Fiz grandes amigos e grandes partidas. Betão, Doriva, Jefico, Trovão, Tadeu, Falavinha, são nomes que não param mais. E lembro de toda trajetória. Do Veiguinha como presidente, que veio antes do Jorge Welter. E de todos que participaram para o Clube de Pais ser como é agora. Cresceu muito, em termos de gente e de organização”, destacou Maranhão.

Meio-campo de origem, nos últimos anos passou a atuar mais na frente, como atacante. Mas dentro de campo sua maior alegria não é um lance específico ou um determinado gol. Na verdade, pensando no que é o Clube de Pais e nos seus valores, seu maior momento dentro de campo é um golaço. “Minha maior alegria sem sombra de dúvidas foi ter meus filhos e meus genros jogando comigo, no mesmo time, em que eu era o capitão, no meu último ano de colégio. Ter todos comigo foi algo que esse Clube me deu que eu jamais vou esquecer. E ainda no final do ano, o Clube de Pais, na figura do Bizinelli, que era o presidente e é um filho para mim, me homenagearam. Acho que não mereço, mas vindo deles é fantástico”, relembrou.

Fora de campo teve uma atuação contante. “Eu fui dirigente todos esses anos. Não tinha cargo com um nome, mas participei de quase todas as diretorias e reuniões nesses anos. Depois achei por bem não estar mais presente, porque entendi que os novos deveriam tomar o lugar dos mais antigos”, avaliou.

O homenageado ainda ressalta as evoluções que o Clube de Pais e o Colégio passaram e ainda passam ao longo dos anos. “Tiveram várias mudanças estruturais. A construção da nova sede, com infraestrutura melhor, mudanças no regulamento do campeonato com melhorias, uniformes, bolas, a arbitragem. Tudo foi evoluindo. O Clube de Pais não tem mais investido tanto nessa parte de construção, mas o colégio tem feito e isso nos afeta de forma direta e positiva. Mas a maior mudança são as pessoas novas que estão vindo para dar sequência nessa história”, concluiu Maranhão.

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