Luis Alberto Rossilho, o famoso Betão, tem uma longa e participativa história dentro do Clube de Pais. Pai de três filhos, todos estudaram no Marista e também jogaram ao seu lado, dois inclusive no mesmo ano e sendo campeões ao término da competição. Iniciou como goleiro, virou jogador de linha e foi presidente do Clube de Pais. Conhece os atalhos de dentro e de fora do campo do CP. Em sua homenagem, uma equipe da Supercopa das Estrelas ostenta o nome Betão e os Cubanos.
Ele tem orgulho de ter sido em seu mandato a construção da nossa sede. “O nosso vestiário era lá embaixo. E o Jorge Welter, nosso amigo e ex-presidente, tinha um sonho de trazer aqui para cima. Coincidiu de acontecer quando eu estava no comando. Em uma conversa com a direção do colégio, o irmão Frederico topou a ideia e falou que dava a mão de obra. Nós compramos o material. Inclusive, o Oscarzinho doou todos os tijolos. Tudo está em pé por causa dele. Nosso grupo teve coragem para fazer. Mas foi bem difícil.”, relembrou Betão.
Betão contou de onde veio a vontade de se tornar presidente do Clube de Pais. “Quis ser presidente porque uma vez briguei aqui. Meu time, que na época era o Corinthians, recebeu uma punição de cinco jogos e eu fiquei muito bravo. Fiquei tão bravo que falei que gostaria de ser presidente. Fui presidente por isso. Acredita? Mas essas polêmicas são bacanas.”, brincou.
Sua entrada no Clube de Pais foi em 1989, convidado pelo professor Scremin. “Quando cheguei, fui muito bem recebido. Deu liga com o pessoal. Tinha meus três filhos aqui comigo e fui me enturmando, fui criando gosto. E, na época, eramos nós que cortávamos a grama e pintávamos o campo. Mas gostávamos disso”, destacou.
Betão pendurou as luvas, apesar do sucesso que fazia no gol, um dos melhores da história do Clube de Pais. “Tudo está relacionado a questão da idade. Com o passar do tempo, ficou mais sofrido fazer as quedas. Chegava em casa todo dolorido e machucado. Eu brinco que parei quando tomei o milésimo gol. Hoje vejo os goleiros profissionais tomando um peru e eu falo ‘esse já tomei’. Não tem um que eu não tenha tomado. Acho que o pessoal gostava de mim, porque eu estava sempre bem fardadinho”, afirmou Betão com muito bom humor.
Um momento marcante para Betão foi jogar com os três filhos. “Isso é maravilhoso. E não só jogar, mas ser campeão ao lado deles. Em 2015, com o NY City, ao lado do Pisca, que era capitão, e do Gregório. Fomos campeões de tudo. E tem aquela máxima de quem ganha o torneio inicio não é campeão. Nós ganhamos os dois. Isso foi demais. Eu só tenho alegrias aqui”, relembrou Betão.
Para ele, o Clube de Pais é único e só quem está lá pode vivenciar momentos considerados um tanto quanto inusitados. “O que me deixa muito feliz aqui é ver que meus amigos são amigos dos meus filhos. E os amigos deles são meus amigos. E todos convivem juntos e super bem. Só quem está aqui e vive isso para saber o quanto isso é uma coisa maravilhosa”, comentou.
Betão comentou sobre a homenagem recebida. “Foi uma grande surpresa e inesperada. Fiquei muito sensibilizado. Ouvi que seria algo diferente, mas jamais pensei que fosse desse jeito, com essa homenagem. Meu nome em um time. Muito bacana. Foi fantástico. Quando chegamos em uma certa idade, você quer ser valorizado. E hoje em dia, tudo é muito difícil. As pessoas não são mais olhadas de forma diferenciada, são mais uma no meio de todos. E você receber um destaque no seu meio social, é fantástico e maravilhoso. Eu me senti dessa forma. Jamais me esquecerei”, concluiu Betão.